Atuação principal é no mercado de crédito a empresas de menor porte
A XP Asset comprou uma participação minoritária na empresa de serviços financeiros One7. O negócio foi fechado por meio de um aporte de R$ 110 milhões. A One7 atua no mercado de crédito para pessoas jurídicas e atende principalmente companhias de pequeno e médio porte.
A aquisição faz parte da estratégia de diversificação da XP Asset, segundo Filipe Mattos, responsável pela gestão de fundos de “special situations” (situações especiais), e deve possibilitar o acesso a uma carteira de clientes complementar. Para Mattos, a possibilidade de crescimento com a aquisição é grande, considerando o cenário atual de juros altos e o aumento da demanda por crédito.
“O mercado de crédito para micro, pequenas e médias empresas ainda carece de uma oferta de serviços financeiros mais elaborada e identificamos uma oportunidade de consolidarmos esse segmento”, disse Mattos ao Valor.
Os recursos do aporte serão usados para investimentos em infraestrutura, expansão da rede de distribuição e possíveis aquisições, segundo João Paulo Fiuza, diretor-presidente e um dos fundadores da One7.
A companhia foi criada em 2018 em Tatuí, no interior de São Paulo, por Fiuza e Everaldo Moreira, hoje presidente do conselho de administração. Ambos atuavam na área de crédito há quase duas décadas.
A relação da empresa com a XP Asset começou em 2019, quando a gestora se tornou cotista sênior de um dos fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs) da One7. “Nesses quatro anos, conhecemos bastante a companhia e entendemos que ela é, talvez, o ‘player’ com a visão mais ampla e estratégica para a concessão de crédito para pequenas e médias empresas”, afirma Mattos.
Até 2020, a One7 atuava com securitização e com a antecipação de recebíveis de curto prazo para empresas por meio de FDICs. A maior parte dos clientes tinha faturamento mensal de R$ 500 mil a R$ 10 milhões.
Com o início da pandemia de covid-19, em meados de 2020, a busca por crédito para empresas de pequeno e médio porte aumentou, e a One7 iniciou investimentos em tecnologia para ampliar as fontes de receita. Ainda no ano de 2020, a companhia comprou o controle da fintech Rapidoo, que atuava com recebíveis de empresas ainda menores, com faturamento até R$ 500 mil por mês.
“Naquela época, vimos que poderíamos ter uma plataforma de serviços financeiros, com os fundos e os instrumentos de securitização representando apenas uma parte dos nossos produtos”, afirma Fiuza. Atualmente, a One7 também oferece serviços como a emissão de boletos e um software de gestão financeira destinado a micro e pequenas empresas.
Para os próximos dois anos, o plano de Fiuza é triplicar a receita. “Queremos crescer naquilo que a gente faz bem e, paralelamente, criar novos produtos para clientes que já sabemos como acessar”, diz. “Desde 2020, tivemos mais de oito mil clientes cedentes e mais de 400 mil sacados que acessam nossa base e para quem podemos levar nossos produtos”, afirma o executivo.
**Para acessar a matéria publicada no site Valor Econômico em Janeiro/2023. Clique aqui