Quando as entregas no final do dia “falam mais alto”, não há imposição que fique “de pé”. Híbrido, remoto ou 100% presencial? Eis a polêmica generalizada entre as empresas, que transcendeu as conversas internas. As decisões estão declaradas, julgadas e subjugadas por toda parte. Isso porque não existe uma regra que funcione para todas as empresas, áreas e funcionários. Apenas um fato é comum entre todos: o que importa é o resultado.
O “xis” da questão é a postura adotada por cada empresa, ou seja, o “olho no olho” ou do outro lado da tela. É ingenuidade achar que um único regime de trabalho atende a todos os departamentos de uma empresa. Ao mesmo tempo é míope o olhar que não reconhece que a presença física nem sempre é requerida por todos.
Para uma série de empresas bem-estar é sinônimo de resultado, e, fazer com que um profissional se desloque sem necessidade, preferência de gestão ou sensação de controle, não dialoga com a cultura que uma empresa deve sustentar. Por outro lado, aquele profissional que se sente mais bem acompanhado, que precisa de melhor infraestrutura, interação e até mais conforto psicológico em uma unidade empresarial, também legitima a presença pessoal.
O fato é que não dá para fixar uma regra e achar que servirá para todo mundo. Há posições em que o trabalho remoto se torna viável, mas outras que a ausência física deixa de fazer sentido para a própria existência da função. O ponto é: declarar um formato de trabalho em que o resultado esteja aliado ao bem-estar como uma entrega em sua completude, considerada em todas as esferas, indica maturidade em relação à organização dos times para um formato mais perene e alinhado com as expectativas da empresa e necessidades pessoais de cada indivíduo.
Mas é notório que ainda há um longo caminho pela frente para avaliar os resultados que cada formato de trabalho é capaz de gerar, mas, sem dúvida, quando as entregas no final do dia “falam mais alto”, não há imposição que fique “de pé”.
João Paulo Fiuza – CEO da One7
*Para acessar a matéria publicada no jornal da Empresas & Negócios em Abril/2022. Clique aqui.