FOTO: Anderson A. Mendes
Talvez os modelos de planejamento estratégico que estávamos acostumados a desenhar, checar e confiar há anos já estejam com os dias contados. Aqueles planos de longo prazo, com páginas e páginas de ações e revisões de metas anuais parecem não ser mais suficientes para as empresas e mercados que têm a mudança como única constante. Ou seja, muitas.
A substituição de formatos como o Balanced Scorecard (BSC) por outras metodologias mais dinâmicas e flexíveis de atingimento de resultados vem acontecendo em função de uma decisão rápida e atenta. O cenário atual precisa ser repensado frente aos desafios que todos passaram em 2020 (e ainda estamos passando), não apenas em função da pandemia, mas também em relação à velocidade acelerada dos negócios e das urgências de quem está realmente no centro deles: o cliente.
Mudar os planos com recorrência nunca foi tão factível, e estar preparado para essas mudanças evidencia quem está além do discurso, e também está a frente na entrega do dia a dia – que por muitas vezes não pode ser planejada com meses de antecedência, mas precisa ser acordada, calibrada e executada em poucos dias, e até em poucas horas.
A metodologia OKR (Objectives and Key Results), na qual objetivos macros são claramente desdobrados em ações práticas, com resultados tangíveis e prazos mais curtos e flexíveis, pode ser usada para exemplificar esse movimento, que ganha força não apenas para atender a uma emergência estrutural, como também para acompanhar o novo “ritmo das coisas”. Envolver os times e ampliar a decisão dos próximos passos da empresa para que a linha de frente possa contribuir com sugestões e oportunidades, faz parte desse novo mindset ágil e pode gerar resultados sem precedentes, assim como tudo que estamos vivendo.
Habilitar um “canal” para exposição de ideias, um campo social seguro à criatividade, à liberdade e à autonomia, traz ganhos tanto para quem sugere como para quem estuda a pertinência e a validação da ação – antes de partir para a execução.
Ao mesmo tempo, a condução de uma metodologia que é interdepartamental, aproxima as pessoas, estimula a produtividade em um bom clima e fortalece o espírito de equipe. Afinal, para colaborar, não é preciso se restringir à própria área de atuação ou know how. É só colocar a “mão-na-massa” com um objetivo comum.
A transparência percebida ao dividir os objetivos da empresa com todos ao mesmo tempo também é capaz de engajar os funcionários, pois assim eles conseguem “se enxergar” nos resultados.
Por fim, quando bem executada, a metodologia OKR deixa de ser apenas uma metodologia ágil de métricas e se torna um movimento genuíno, uma oportunidade, uma necessidade, uma prática, algo intrínseco às empresas que dela se beneficiam. Por isso, sejamos ágeis!
*Anderson A. Mendes, líder de Inovação na One7
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