Fomento 4.0. Conheça soluções criadas pelas empresas do fomento para dar agilidade e assertividade às operações.
Operações integradas, realizadas em poucos minutos, eficientes e muito seguras. Esse é um retrato atual do setor de fomento. Mas, nem sempre foi assim. Houve um tempo em que uma simples análise de crédito levava dias para ficar pronta e eram necessários espaços cada vez maiores para arquivar a papelada. Sem falar na mão de obra e no dinheiro consumido com processos mecânicos e pouco assertivos.
“No início, 50% das operações eram cheques e os 50% restantes, duplicatas físicas que precisavam ser assinadas também fisicamente. Tínhamos dois motoqueiros para levar o malote e uma grande recepção para atender os clientes e receber os documentos”, explica o presidente do SINFAC-SP, Hamilton de Brito Jr., que atua há mais de duas décadas no fomento e se recorda de inúmeras histórias que exemplificam o tamanho da evolução das empresas. “A remessa da operação para escolha de títulos era feita por um borderô datilografado ou manuscrito, enviado por fax, juntamente com os documentos. Lembro que tinha-os uma sala com uma grande bateria de fax e um funcionário só para organizar toda essa documentação”, recorda-se.
Hoje, cheques de varejo foram substituídos pelo cartão de crédito e as duplicatas começaram a circular em ambiente digital com assinatura eletrônica. Além disso, softwares de gestão do setor passaram a desenvolver a remessa das operações e documentos de forma totalmente eletrônica. Mudanças que trouxeram mais agilidade, ganhos de escala, reduziram estruturas e burocracias. “Acredito que foi essa evolução que nos fez avançar em relação aos bancos. Conseguíamos receber, analisar e pagar as operações em poucas horas. Começamos a operar como Fintechs, muito antes delas se tornarem uma realidade”, acredita Hamilton.
Carlos Eduardo Benítez, do BMP Money Plus, empresa que oferece diversas soluções para os associados SINFAC-SP, vê na tecnologia o melhor aliado para procurar alternativas para os clientes e construir os produtos que os empresários de fato estão precisando. “Ela nos ajuda a criar possibilidades, a interconectar parceiros e clientes”, explica.
Para Carlos, o setor não pode se limitar à antecipação de recebíveis, mas, sim, se apresentar como um provedor de alternativas às empresas. “O primeiro passo é entender o que o cliente precisa. Muitas vezes, ele aceita aquilo que você tem porque não encontra aquilo que ele precisa. Com a tecnologia, isso pode mudar”, acredita Carlos. “A digitalização não modifica o formato de consumo do mercado, mas dá mais eficiência para o mesmo formato, dando mais celeridade e assertividade para o setor”, completa.
A One7, que atua há dois anos no mercado com antecipação de recebíveis, é uma dessas empresas que vêm intensificando o uso da tecnologia tanto em seus processos internos, como também mais direcionada ao cliente. Uma das soluções foi o desenvolvimento de um algoritmo de análise de crédito e antifraude integrado com fornecedores específicos, que reduz processos operacionais e higieniza os dados. “Hoje, os gerentes comerciais apenas colocam o CNPJ do cliente em nosso sistema e, em poucos segundos, executamos a análise de coleta de dados e trazemos todas as informações digitalizadas”, explica Lenon Belozi, gerente de TI da One7. “Devemos dizer ao computador o que ele deve fazer e não fazer por ele. Temos que ficar mais no gerenciamento da informação e menos executando atividades complexas que o computador pode fazer com mais eficiência”.
Leandro Zen, da Size Securitizadora, é outro profissional do setor empenhado em desenvolver soluções. Assim como a One7, a Size criou um braço de tecnologia para oferecer seus serviços ao mercado. Produtos que, segundo Leandro, têm revolucionado a jornada do cliente. Esse ponto, ele acredita, foi o mais impactado positivamente pelo avanço da tecnologia. “A jornada do cliente mudou bastante e forçou todo mundo a mudar, eliminando aqueles processos descasados, cheios de papéis, com envio por correio”, analisa.
Leandro deixa um recado para os empresários do setor que resistem à digitalização. “Vá aos poucos, a gente não precisa sair do zero e ir pro 100% digital de uma vez. O importante é começar. O que não pode é ficar parado. Se ficar, vai ser atropelado mesmo”, conclui.
*Para acessar a matéria publicada na Revista do Sinfac em Agosto/2021. Clique aqui.